Gary Snyder (Carluxo)
# CAPA # SIX AROUND 60 # SEIS POETAS # READINGS # UM POEMA # UM CONVITE
UM BANQUETE DE AMORAS 1 Casaco cor de barro, o passo macio, O velho crápula, um perdido Saudações! do Coiote, o Sacana, o gordo Filhote que abusou de si mesmo, o feio Jogador que traz as guloseimas. Na merda do urso as encontramos em agosto, Pilha asseada na fragrante trilha, no fim De agosto, talvez debaixo de uma lárice Um urso andou comendo amoras. Alto prado, verão tardio, nenhuma neve Urso negro comendo amoras, casado Com uma mulher cujos seios sangram De alimentar as crias semi-humanas. Em algum lugar com certeza há pessoas Catando e jogando fora, tagarelando sem parar. "Onde atiro minhas flechas "Está a sombra do girassol - canção da cascavel enrolada na virilha da pedra "K'ak, K'ak, K'ak! cantou o Coiote. Acasalando-se com a humanidade - A Serra Elétrica, tem uma queda pelas tábuas de pinho, dormitórios suburbanos, bloco sobre bloco Vacilarão diante deste grão e nó, As alucinações que vêm e passam cada manhã quando acordam os trabalhadores - as tábuas unidas pendendo do suporte, um caixote para prender o bípede. e a sombra dança em torno da árvore Esgueirando-se na amoreira de folha em folha através de cada dia A sombra dança em torno da árvore 2 Três, lá fora, através das janelas, Gatos saltam da aurora, bigodes cinza inflamados, restos de ratos na língua Lavando a cafeteira no rio o bebê gritando pelo café da manhã Os seios dela, bicos negros, veias azuladas, pendendo pesados da camisa larga, apertados com a mão livre jato branco em três xícaras. Gatos na aurora deitados deitados lá fora Riachos lavam onde a truta se aninha Mascamos fumo preto Dormimos sobre agulhas longas tardes "tu hás de ser coruja "tu Hás de ser pardal "vós haveis de crescer espessas e verdes, pessoas "haverão de vos comer, vós amoras! Coiote: tiros do carro, duas orelhas, um rabo, trazem fortuna. Clangores de passos a boiada de Shang movendo a estrada medida Sinos de bronze na garganta Esferas de bronze nos cornos, a boiada reluzente Cantando na luz da poeira e do sol rolando toras morro abaixo empilhando, amarela - trator a Lagarta caminhando tombando para a frente, a cada passo Folha a folha, raízes na vulcânica terra dourada. Quando A neve volta a se derreter nas árvores Ramos nus galhos de pinho sol quente nas flores molhadas Verdes rebentos de amora Irrompendo da neve. 3 Pança estufada em barril Peitos inchados de entornar cerveja, quem deseja o Nirvana? aqui há água, vinho cerveja livros suficientes para uma semana Uma confusão pós-parto, Um cheiro de terra quente, uma névoa morna Emana da virilha "Vocês não podem ser assassinos a vida inteira "As pessoas estão chegando - - e quando Magie O reviveu, trapo lasso pelo no rio Afogado e à deriva, comida de peixe no raso "Foda-se", cantou o Coiote e correu. Delicado preto-azulado, doçura dos prados pequenas e ácidas nos vales, com leve pó azul-claro, Amoras se dispersam pela floresta de pinheiros Amontoam-se pelos barrancos, escalam penhascos poeirentos, se espalham no ar com pássaros; Encontre-as nas fezes dos ursos. "Parou à noite "Comeu panquecas quentes num quarto iluminado "Bebeu café, leu jornal "Numa cidade estranha, saiu dirigindo cantando, assim que o bêbado desviou o carro "Despertem dos seus sonhos, damas luminosas! Apertem suas pernas, espremam demônios da boceta com coxas rijas "Jovens de olhos vermelhos virão "Com lânguidas ereções, sufocando "Gritos para secar seus corpos tesos ao sol! Acordou na praia. Madrugada cinzenta, Encharcada de chuva. Um homem nu Fritando sua carne de cavalo na pedra. 4 Coiote berra, uma faca! Sol nascente em pedras amarela. Pessoas se foram, a morte não é nenhum desastre Sol claro em céu polido vazio e brilhante Lagartos correm na escuridão Nós lagartos o sol em pedras amarelas. Veja, do pé do morro retalhados de rio reluzindo, rastejando, Para as planícies, a cidade: clarão de névoa na linha do vale O sol refletindo no vidro vibra e vai. De frescas primaveras sob o cedro De cócoras, sorriso branco, longa língua ofegante, ele observa: Cidade morta no estio, Onde crescem amoras.
'6 Poets at the Six Gallery' - Nossa releitura ocorreu em 8 de outubro de 2015, foram poemas coletados do livro A Nova Visão de Blake aos Beats, de Michael Mcclure, com tradução de Daniel Bueno, Luiza Leite & Sergio Cohn, lançado pela Azougue Editoral [2005]; e os poemas de John Hoffman, que foram livremente traduzidos por Marcelo Nietzsche, a partir do livro Tau & Journey to the End - Philip Lamantia, John Hoffman, lançado pela City Lights Pocket Poets Series [2008].
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