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quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Michael McClure



Michael McClure (Poeta Xandu)

# CAPA # SIX AROUND 60 # SEIS POETAS # READINGS # UM POEMA # UM CONVITE

POINT LOBOS: ANIMISMO É possível meu amigo Que se eu tivesse uma grande barriga O lobo sobrevivesse da gordura Mascando vagarosamente Através de uma noite visceral de rancor. É possível que a ausência da dor Seja tão grande Que a possibilidade de cuidado Não exista. Melhor conhecer a dor. A ansiedade em vez do medo Do medo da ansiedade. Esta conversa de milagres! Do animismo: Já estive num lugar tão cheio de espíritos Que até o mais alegre animista Hesitaria Quando tudo à vista pedia menos cuidado Do que a morte E não havia um barulho nos ouvidos Que importasse. (Ajoelhei-me à sombra perto de uma lagoa salgada de água fria E senti a raiva penetrar Com suas muitas pernas, A alma como um sistema Vascular de água ascendente. Nenhum escape importaria Mesmo assim eu formulei em minha mente A mais bela De todas as máximas. Como poderia me importar Com a sua doença ou a minha?) Esta conversa de corpos! É impossível falar De lupinos ou tulipas Quando alguém pode ler O seu nome Escrito pelo mofo nos troncos Enquanto a floresta se move ao redor. Pata. Narina. Luz. Luz! Luz! Este é o canto do pássaro Você pode contá-lo Para os seus filhos.
PALAVRAS NOTURNAS: O ENCANTAMENTO Como são belas as coisas num belo quarto À noite Sem proporção Um gato negro de pelos longos com uma sensível feição humana Um manto branco pendurado na parede Como um fantasma pálido Sem proporção Canções passam pela minha cabeça O quarto está calmo e quieto e fresco Uma calmaria cinza-azulada Sem proporção As plantas estão vivas Expelindo oxigênio votivo Em direção aos benevolentes quadros acima E canções passam pela minha cabeça Estou tomado pela insônia Uma insônia de ambrosia E canções passam pela minha cabeça O quarto se torna mais suave As coisas estão sem proporção E eu tenho que dormir
POEMA Conectado de parte a parte, do dedo do pé ao joelho, do olho ao polegar Móvel, feroz, uma fortaleza de suor O cheiro da caça É um cheiro ruim … o meu fedor O olho é o noivo da tortura As cores estão conectadas pelo espírito Euglena, girafa, sapo Criaturas da graça – Rishi De seu próprio domínio. Enquanto caminho minhas pernas dizem “Corra Há prazer na rapidez.” Enquanto falo minha língua diz, “Cante Há alegria no pensamento O tamanho da palavra É o seu próprio vôo a partir da confusão”. E a folha é uma dor E o amor uma dor nas costas. A pedra uma criatura. UMA PALIÇADA O âmago caiado. …........... ….......... ...…...... ……....! Um pálido tufo de relva.
PELAS MORTE DE 100 BALEIAS ...de um noticiário no NY.Times: (Esperando Leitor) Orcas assassinas … canibais selvagens do mar com quase trinta pés de comprimentos e dentes feito baionetas … uma foi capturada com quatorze focas e treze tartarugas na barriga … com freqüência destroem barcos e redes de pesca … destruíram milhares de dólares em equipamento de pesca … O governo da Islândia fez um apelo para os EUA, que possuem milhares de homens situados na base aérea da OTAN na ilha sub-ártica. Setenta e nove soldados entediados responderam com entusiasmo. Armados com fuzil e metralhadoras, o pelotão de americanos foi ao mar em quatro pequenos barcos e numa manhã liquidou um grupo de 100 orcas... Primeiro as orcas foram acuadas com tiros de metralhadora, depois separadas uma a uma pra os tiros de misericórdia … quando uma era atingida, as outras atacavam-na, rasgando-a em pedaços com seus dentes afiados. Suspensos no meio do mar Com um barco no ar Os navios de carreira ferveram os seus pastos: Os navios e carne, Os Vapores do Ártico. Os cérebros do tamanho de uma bola de futebol As bocas do tamanho de uma porta. Os lobos sorrateiros Exterminadores e destruidores de vacas-marinhas. OS GIRINOS GIGANTES (Carne suas algas) Saltaram Como ovelhas ou crianças Atirados das ondas do mar. Debatendo-se e contorcendo-se (Goya!!!) Jorraram sangue e esperma. Incenso Destroçaram suas caudas e seus irmãos, Amaldiçoado Cristo dos mamíferos, Fecharam-se ao sol, Correram para o fundo do mar. Goya! Goya! Oh, Lawrence Nenhum anjo dança nestas pontes de comando. OH, ARMA! OH, PROA! Não há igrejas nas ondas, Nenhuma santidade, Nem passagens ou travessias Da orla molhada das bestas.



'6 Poets at the Six Gallery' - Nossa releitura ocorreu em 8 de outubro de 2015, foram poemas coletados do livro A Nova Visão de Blake aos Beats, de Michael Mcclure, com tradução de Daniel Bueno, Luiza Leite & Sergio Cohn, lançado pela Azougue Editoral [2005]; e os poemas de John Hoffman, que foram livremente traduzidos por Marcelo Nietzsche, a partir do livro Tau & Journey to the End - Philip Lamantia, John Hoffman, lançado pela City Lights Pocket Poets Series [2008].
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Um Convite


7 de Outubro de 2015 [4ª-FEIRA] às 20hs, na Galeria Índica

LOCAL: R. Visconde de Pirajá, 82 Lj. 117 [sub]

**APOIO: Azougue Editorial



APRESENTAÇÃO:


Através de uma homenagem aos 60 anos da leitura na Six Gallery, quando a Beat Generation se fez conhecida nacionalmente nos Estados Unidos, procuramos fazer uma "releitura" do citado evento apresentando, principalmente, por meio de poesia as relações afetivas de construção e de projeção da beat generation.

Situamos a beat generation em seu tempo histórico e cultural.

Com isso evidenciamos seu diálogo não só com uma "tradição marginal" norte-americana mas com as vanguardas históricas e seu princípio de trazer a vida para a arte - notadamente com o surrealismo.

Seu comprometimento com o mundo por uma ação não só literáriamente. Seu engajamento ecológico. Sua "investigações" e opções místicas não ocidentais. Sua coneções com o jazz, com o rock, com a fotografia, basicamente com Robert Frank, que dirigiu Pull My Daisy, com roteiro e narração de Jack Kerouac e participação de Corso, Burroughs.

....

Além de poesia pretendemos fazer uso de outros recursos como o filme acima citado e trilha sonora de, entre outros, Charlie Parker.
....

Após estaremos disponíveis para diálogo com as pessoas interessadas. ....


[Convite: Marcelo Nietzsche e grupo "6around60"]


LEITURAS ADICIONAIS


Para além das leituras deste dia "Six Around 60", o evento comporta uma TERCEIRA PARTE: será aberta aos demais expoentes da geração Beat, nomes inevitáveis, como Gregory Corso, Carl Solomon, William Carlos Williams, Bob Kaufman, LeRoi Jones (Amiri Baraka) etc.. Ou as MULHERES, quase sempre esquecidas entre os Beats, como Joyce Johnson, Denise Levertov, Diane di Prima, Patti Smith etc.. Referências históricas que deram direção a literatura Beat, poetas como: Walt Whitman, William Blake, D.H.Lawrence, Rimbaud, Artaud, Baudelaire, Conde de Lautréamont, etc..

Poderão ser lidos poemas da geração posterior, "The Postbeat Poets", nomes como Anne Waldman, David Cope, Eileen Myles, Lesléa Newman, Jim Cohn, Randy Roark etc.. Divinal, meteórico, ocorreu com uma vasta safra de MÚSICOS, fosse no folk, rock, punk, a poesia intrincada em suas letras. Só no The Doors, Jim Morrison e Ray Manzarek eram grandes entusiastas da poesia falada, íntimos de vários Beats. Famosos na música pop norte-americana, como The Grateful Dead, Mick Jagger, Lou Reed, Tom Waits, muitos outros fecharam nessa corrente também.
Finalmente, os Beats Latino-Americanos: Eco Conteporáneo e Nueva Solidariedad na Argentina; Nadaístas na Colômbia. Ou do Brasil, como Luis Carlos Maciel [difusor da contracultura]; Roberto Piva, desde seu livro de estreia [Paranoia-1963]; José Agripino de Paula [Panamérica-1967]. Existiram Beats brasileiros, como Wally Salomão [Navilouca]; Torquato Neto; Roberto Bicelli; Alberto Marsicano; Antonio Bivar... Eduardo Bueno! E os atuais: espaços em branco deixados para nomes sugeridos, ou como quiser preenchê-los e etc. etc. etc..
Todos à leitura!

- Textos de Claudio Willer sobre:
"Conde de Lautreamont" [click!]

BEAT AND ...JAZZ...









Poetry for the Beat Generation - Jack Kerouac já vinha empolgado com a música, especialmente o Bebop Jazz, quando em 1957 foi agendado para uma performance acompanhada de jazz no Village Vanguard. Na noite de inauguração Kerouac estava muito nervoso e tímido, foi um desastre. Na segunda apresentação, Kerouac foi acompanhado por Steve Allen ao piano, que logo sugeriu que gravassem um áudio pela Dot Records.



Como havia sido um sucesso aquela noite, Kerouac preferiu em gravar de uma só vez, sem cortes, no improviso, mas o resultado não foi aprovado pelo presidente da gravadora, que achou o conteúdo obsceno, de gosto duvidoso, e mandou destruir a cópia.



Steve Allen não se conformou. Levou os originais para a Hanover Records, onde a ideia foi aceita e se tornou o álbum Poetry for the Beat Generation, o primeiro dos três discos que atualmente integram o pacote _The Jack Kerouac Collection.



- trecho: by Jack Kerouac e Steve Allen (on youtube):
'Charlie Parker' [click!]

- Charlie Parker (on youtube):
"Bebop" [click!]

Audio (on Archive Jazz Topics):
"Bird and Diz" [click!]














Disco: Bird and Diz

Gravadora: Verve Records

Ano: 1950

Banda:

Charlie Parker
[Sax Alto]

Dizzy Gillespie
[Trumpete]

Thelonious Monk
[Piano]

Curly Russell
[Baixo]

Buddy Rich
[Bateria]


SESSÃO CINE-CLUBE



Pull My Daisy
**O filme será apresentado às 20hs, como abertura do evento, não se atrasem!









Ficha Técnica:


[http://imdb.com/]











Ano: 1959
País: USA
Duração: Curta Metragem (30 min.)

Direção: Robert Frank e Alfred Leslie
*com intervenções de Jack Kerouac.

Narração: Jack Kerouac.

Elenco:
Allen Ginsberg,
Peter Orlovsky,
Gregory Corso,
Larry Rivers,
Alice Neel,
David Amram,
Richard Bellamy
Delphine Seyrig
Sally Gross
Pablo Frank,
Robert Frank.

Sinopse:
Baseado num incidente na vida do casal Neal e Carolyn Cassady, o filme conta a história de um jantar, quando um agente ferroviário e sua esposa recebem um respeitável padre em sua casa. No mesmo encontro, chegam amigos de bar do marido, gente de vida boêmia, que causam um choque entre sagrado e profano, quebram a cerimônia, iniciam uma festa.

- assista o filme (on vimeo):
"Pull My Daisy" [click!]

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